Das séries eternas

O canal FOX Life tem vindo a repassar as temporadas de uma das melhores séries de todos os tempos. O Sexo e a Cidade. Lembro-me de ter começado a ver a série por altura da faculdade. Em 2000 ou 2001. Por aí. Tinha 18/20 anos. Apaixonei-me logo pela melhor personagem. A Samantha. Sobretudo porque era a mais engraçada. E embora não seguisse a série religiosamente, na altura, ficava colada na tv quando estava a dar porque me fazia rir. Era sobretudo um entretenimento porque não me identificava com nada daquilo. Quatro mulheres bonitas, independentes, endinheiradas, viradas para a moda, a viver em Nova Iorque e a contar relações amorosas mirabolantes sempre me pareceu tudo, menos minimamente realista. Portanto sim, servia sobretudo para dar umas boas gargalhadas.

Uns anos mais tarde, depois de viver um grande amor e umas quantas experiências, revi a série e já consegui ir buscar mais qualquer coisa. Já consegui identificar-me com uma ou outra situação.

A primeira temporada da série foi gravada em 1998 e a última em 2004. E o curioso é que apesar de já se terem passado 14 anos, a série continua a ser dolorosamente actual.  Hoje, na casa dos 30 (idade das personagens) , consigo perceber tão bem cada dúvida e cada dilema nesta demanda em compreender esta estranha espécie que é o homem. O Sexo e a Cidade deixou, portanto, de ser uma série de comédia e passou a ser uma série de drama da vida real.  Mas sem o glamour dos Manolo, dos Louboutin e da Chanel. Pormenores que só servem para consolar a vistinha e sonhar com coisas bonitas. E continuo a preferir a Samantha.