Há um deus único e secreto
em cada gato inconcreto
governando um mundo efémero
onde estamos de passagem
Um deus que nos hospeda
nos seus vastos aposentos
de nervos, ausências, pressentimentos,
e de longe nos observa
Somos intrusos, bárbaros amigáveis,
e compassivo o deus
permite que o sirvamos
e a ilusão de que o tocamos
Manuel António Pina
1943 -2012
2 comentários:
Com tanta merda que anda por cá, quando parte um dos bons, nós ficamos mais sós...
Não fazia sequer ideia de que estava doente. Fiquei tão triste! Gostava imenso das suas crónicas. Via-se (ou lia-se)que era uma boa pessoa. :(
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