sábado, 9 de janeiro de 2010

Casamento Gay

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Fiquei contente com a aprovação da legalização do casamento gay no nosso país. Confesso que não estava à espera e confesso que sempre pensei que nenhum governo tivesse tomates para avançar com a proposta no Parlamento.


Embora me custe dizer isto sou contra o referendo na grande maioria dos casos, mesmo saindo sempre de casa para exercer o meu direito de voto. Sou contra porque, como se sabe, o português prefere passar o domingo no shopping a ver montras, prefere andar a passear nos supermercados e até passar uma tarde sentados dentro do carro a olhar para o mar e a dormitar, do que mexer o cú e perder 15 minutos a exercer o seu direito (e dever) de voto. Acho um desperdicio de tempo e de dinheiro. E acho que povinho está-se pouco nas tintas para o que se passa no país. Por muitos avisos e apelos na comunicação social que sejam feitos. E quando soube que andava aí gente com abaixo-assinados a pedir referendos, pus as mãos à cabeça. Esta gente ou não tem o que fazer, ou gosta de ver o dinheiro (supostamente nosso) deitado ao lixo. Só pode. É que somos nós que o pagamos.

Por outro lado não percebo porque razão eu teria direito a voto numa lei que não me diz respeito, que em nada vai alterar a minha forma de vida. É uma lei que diz respeito exclusivamente aos gays. O máximo que poderia acontecer era fazer um referendo exclusivamente a homossexuais. Porque os heterossexuais têm tanto direito a voto sobre o casamento dos homossexuais, como os homossexuais tiveram direito a voto relativamente ao casamento dos heterossexuais. Ou seja, nenhum. Nenhum direito. Isto sim é viver em democracia. É reconhecer os direitos a quem os tem. É cada um meter-se na sua vida.

Segundo o CM, Isilda Pegado, uma das promotoras da petição a favor do referendo, considerou que ontem foi um dia de luto para a democracia portuguesa, referindo-se ao chumbo do referendo e à aprovação da legalização do casamento gay. Esta senhora, além de ser muito preconceituosa, não deve ter a noção do significado da democracia. Se cada um se metesse na sua vida eramos uma sociedade bem mais decente.

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