quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Cadilhe na Prova Oral

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Já aqui há uns tempos falei do programa da Antena3, Prova Oral. É um bom programa, uma óptima distração. O Fernando Alvim é muito engraçado, gosto muito de o ver/ouvir desde a altura em que ele apresentava o Curto Circuíto na Sic Radical. Tem graça ao ponto de ofuscar qualquer uma das colegas que co-apresentam o programa. Sendo que os comentários destas muitas vezes não passem de reptições patéticas do que ele diz. Não por culpa delas, mas por culpa dele.

Adiante, é um programa que ouço sempre que estou a trabalhar no horário em que é transmitido. E a graça varia conforme os temas e os convidados. Obviamente há programas melhores e outros não tão bons.
Esta semana Gonçalho Cadilhe foi convidado da prova Oral. Ora, eu gosto bastante do Cadilhe, vou tratá-lo assim. Creio que ele não se importa. Não o conheço, conheço alguns textos dele, vi o programa dele na RTP2 uma ou duas e vezes, li um livro dele e estou a começar a ler o segundo. Gosto da escrita dele. Mas gosto, sobretudo, do tipo de vida que ele leva. Ou melhor, gosto da ideia do tipo de vida que ele leva. Pelo menos da ideia que eu concebo, através dos relatos que li, do tipo de vida de ele tem.
Eu gosto muito de viajar e já tive o privilégio de fazer alguns grandes passeios. Gosto de conhecer outros lugares, outras culturas, outro tipo de vidas tão diferentes das nossas. Gosto de chegar a qualquer lugar e sentir-me impressionada quer positiva ou negativamente. Gosto de reconhecer essa diferença de culturas e gosto de saber que no fundo somos todos diferentes. Diferenças essas que resultam de factores complexos como as crenças políticas ou religiosas, como as diferenças que resultam de coisas simples como o clima.
O Cadilhe representa para mim uma espécie de Guru das viagens. Aquele que sabe e conhece tudo. Aquele cujas experiências eu queria copiar.
Nesta deliciosa entrevista o Cadilhe referiu vários aspectos da sua vida que achei interessantes e que me fez pensar que, se calhar, era uma vida que eu era incapaz de ter, mesmo que me fossem proporcionadas todas as condições. O Cadilhe viaja sozinho, muitas vezes sem prazos, durante vários meses se for preciso. Depois regressa, sem deixar vínculos com ninguém, faz o que tem a fazer e volta a viajar sem se sentir preso a nada que deixa para trás. A uma dada altura ele diz qualquer coisa como não posso ir e ficar cá com o coração, com a mente, com a concentração (...) depois de andar 17 anos a viajar pelo mundo ganhas uma espécie de crosta, de vacina e tudo o que acontece está a ser controlado por ti (...). Por muito tentadora (pelo menos para mim) que seja a vida de viajante do Cadilhe, eu seria incapaz de separar esse tipo de sentimentos. Eu costumo dizer que a melhor parte da viagem é quando regressamos a casa. Porque sinto a falta da minha casa, da minha família, dos meus amigos, da minha vida quotidiana que é uma seca, mas que me faz falta quando a deixo de lado por uns tempos. Portanto, admiro profundamente as pessoas que o conseguem fazer e gostava de o conseguir também. Mas não vejo como. E no entanto, quando cá estou não consigo deixar de ler e pesquisar sobre países e lugares onde quero muito ir e que muitas vezes de um sonho acabam por se transformar numa espécie de demanda em busca não sei muito bem do quê. Mas que encontro de uma forma ou de outra sempre que desço as escadas do avião.

2 comentários:

Soraia disse...

Um dos meus maiores prazeres na vida é viajar. E então se for contigo, ainda melhor. É óptimo pudermos partilhar isso.
Obrigada **
:)

Cátia Gomes disse...

É verdade. De máquinas (repare-se o plural) numa mão e mapa na outra :)É bom vivermos os nossos sonhos. Pena que passe depressa. :)