domingo, 14 de setembro de 2008

Ciao, Itália!



Este ano, deixei África de fora e resolvi explorar um velho país da nossa Europa. Junto do grupo do costume, a caminho de Itália, fui pensando em todas as maravilhosas cidades pelas quais iria passar. Pádua, Veneza, Bolonha, Florença, Assis e Roma. Levava uma certa ansiedade para conhecer Veneza, Florença e Roma. Veneza, pelo romance que a assombra. Florença, por transpirar cultura. E Roma por cheirar a antiguidade.

Depois de aterrar no aeroporto de Veneza, fomos directos para a cidade de Pádua. Cidade pequena, bonita e interessante. Depois de visitar a Igreja de S. António de Pádua que é imponente, sem dúvida, demos uma volta no centro da cidade. Gostei da cidade. Achei piada às inúmeras bicicletas que circulavam. Achei piada aos estacionamentos para elas. E também achei graça aos senhores doutores de fato vestido e às senhoras elegantes de salto a circularem de bicicleta.

Igreja S. António de Pádua (Pádua)



No segundo dia fomos visitar Veneza. Para mim a cidade mais bonita daquelas que visitei. O tempo estava bom, nem calor, nem frio. Veneza tem um charme diferente de todas as cidades que conheço. É linda. Os canais (que não cheiravam mal), todas aquelas pequenas pontes, todas aquelas ruas estreitas e todos os barcos e gôndolas que lá circulam dão-lhe uma beleza única e admirável. A Praça e Basílica de S. Marcos são grandiosas, assim como o Palácio dos Doges, cujas obras de arte me deixaram arrepiada. Adorei andar de gôndola. Gostei de entrar no meio daqueles canais estreitos, apreciar aquelas casas estranhas que começam lá no alto e acabam debaixo de água. Passei pelas casas que foram de Marco Polo e Casanova. Um dia é pouco para ver Veneza. Um dia serviu para provar Veneza e vir embora a chorar por mais.



Ponte de Rialto


Bolonha foi, confesso, a cidade que menos gostei. Talvez por ser mais escura. A cor avermelhada de quase todo o centro histórico também não ajuda muito. Culpa do Comunismo que a pintou. No entanto não deixa de ter a sua beleza. Cidade mãe da primeira Universidade da Europa onde estudaram Dante e Petrarca. Repete-se a quantidade de bicicletas e sobretudo scooters e vespas que enfeitam a cidade estacionadas em filas imensas.




O que dizer de Florença? Berço do Renascimento italiano. Grandiosa, imponente. Invadida por jovens durante a noite e por turistas durante o dia. Não é à sorte que esta é considerada uma das cidades mais bonitas do mundo. É cenário de várias obras dos mais célebres pintores renascentistas italianos (pelos quais eu tenho um fraquinho) Miguel Ângelo, Botticelli, Giotto. E alberga monumentos belos e imponentes.O Duomo é impressionante, a Ponte Vecchio e o Palácio Vecchio lindos. A Praça della Signoria que acolhe uma cópia do famoso David, de Miguel Ângelo. O David, que eu não poderia deixar de ver antes de deixar Florença. Numa correria contra o relógio, lá descobrimos a entrada super escondida do Museu da Academia. Só reconhecida pela fila de gente que ali esperava. O David ali no centro rodeado de turistada de boca aberta (como eu) parecia uma estrela de cinema a ser admirada pelos fãs. Um dos pontos altos da viagem. Imperdível. Florença é também a cidade onde comi o gelado mais caro da minha vida. Não fosse ele tão bom, tínha-me caído mal de certeza.




Duomo

Ponte Vecchio
O percurso a caminho Assis, deu para descansar e recuperar energias para mais uma jornada. A subida até Assis é dotada de uma paisagem impecável. É uma cidade pequena e acolhedora que me fez lembrar Óbidos. A Basílica de S. Francisco de Assis, onde não se pode fotografar por causa dos frescos de Giotto, é muito bonita. E o salão, na parte debaixo da basílica, onde fica o seu túmulo é impressionante. Escuro e soturno onde crentes rezam e choram num silêncio cortante. Quase tive medo.



Basílica de S. Francisco de Assis


Finalmente Roma, a cidade das sete colinas. O cheiro a antiguidade está presente em cada canto. A cada virar de esquina esbarramo-nos com um monumento milenar. Embora bastante degradado, o Coliseu mete respeito. O Fórum Romano, a Praça de Espanha, a linda Fonte de Trevi, o Castelo de Santo Ângelo, o Mercado de Trajano, o Arco de Constantino, as Basílicas de S. João de Latrão e de Santa Maria Maior, a Praça Navona, a Praça do Povo, entre outros. Nos dois dias que ficamos em Roma repetiu-se a correria de Florença, mas desta vez mais intensa. Roma é maior, tem mais o que ver, portanto tivemos de correr mais. É impressionante como alguns monumentos com mais de dois mil anos ainda se erguem. Gostei do que vi. Se gostei da cidade em si, nem por isso. Não achei bonita a forma como foi construída à volta dos monumentos. As estradas não são marcadas. Os carros andam mais ou menos à balda, os condutores não respeitam as passadeiras e o chão é muito sujo. Posso dizer que fiquei um pouco desiludida com esses factores. Esperava um país bem mais evoluído do que o nosso e afinal, nós não estamos assim tão mal.
Gostei muito do Vaticano. É pequenino, super seguro. A Basílica de S. Pedro é muito linda, a praça também, embora na televisão pareça muito maior do que o que realmente é. A Capela Sistina foi a responsável pelo meu "orgasmo" visual da viagem. É impressionante. Eu nem queria acreditar que estava mesmo por baixo da Criação de Adão, ou em frente ao Juízo Final. Vinte minutos de pescoço esticado e cabeça para trás quase me deu um torcicolo. Torcicolo este que valeria perfeitamente a pena se tivesse acontecido. A capela é pequena, mas não tão pequena como pensava, mas tão cheia de arte que é impossível não se sair de lá extasiado. Miguel Ângelo era um génio.



Coliseu de Roma


Fonte de Trevi




Fórum Romano




Praça e Basílica de S.Pedro
Arco de Constantino

Mais uma viajem que, felizmente, correu muito bem. Sabe bem chegar a casa. E vai saber ainda melhor voltar a partir para mais um destino do nosso belíssimo planeta. Se tudo correr bem, para o ano há mais.

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